sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Em São Paulo, creche municipal tem fila de espera até 2013 Faltam 147 mil vagas em creches na capital paulista. Prefeitura mira déficit de 2008

Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
Publicado em 19/08/2011, 10:25
Última atualização às 17:04


Creche inaugurada em 2008, na Vila Jacuí, zona leste; prefeitura mira déficit de vagas de três anos atrás (Foto: Luiz Guadagnoli/Secom Prefeitura)

São Paulo – O anúncio pela prefeitura da capital paulista de licitação para construção de 61 novas creches até 2012 deve atender apenas 6% da demanda de crianças até três anos e 11 meses. A decisão foi divulgada no início de agosto. A fila de espera na cidade ultrapassa 147 mil crianças nessa faixa etária, informou a Secretaria Municipal de Educação. Para conseguir uma vaga, é necessário aguardar até dois anos, por causa da falta de creches, o que provoca impactos na vida das famílias e dificuldades profissionais, especialmente para as mães.

"O compromisso é zerar toda a demanda registrada até dezembro de 2008, conforme foi registrado na Agenda 2012", destacou o órgão, por meio de sua assessoria de imprensa. Há três anos, o déficit era de 61 mil vagas, 41% do calculado atualmente.

A técnica em enfermagem Walkíria Laila Vieira é uma das milhares de mães que aguardam uma vaga. Ela inscreveu a filha Myrella, de três meses, na lista de espera de uma creche na zona leste de São Paulo em junho. Na ocasião, foi avisada de que já não havia mais vagas sequer para o ano que vem. Atendimento, só para 2013.

A perspectiva de ter de esperar 18 meses para ter acesso ao serviço em uma unidade da rede municipal não chega a ser uma novidade para Walkíria. Em 2008, quando teve o primeiro filho, ela tampouco encontrou vaga e teve de aguardar dois anos até sua criança ser chamada. Na época, conta, peregrinou por várias delegacias de ensino em busca do direito. “Foi um sofrimento”, resume. "A cada 'não' que eu ouvia, saía e chorava."

Questionada, a Secretaria de Educação informou que a pequena Myrella ocupa a posição de número 120 na fila por uma vaga na creche da região em que foi cadastrada. Ela será chamada por ordem de cadastro, quando possível. O órgão municipal considera inviável estipular prazo para o atendimento.

A saída será pagar uma instituição particular, o que vai exigir dela e do marido uma carga maior de trabalho e sacrifício. “Vamos trabalhar a mais, fazer um esforço a mais em família para pagar uma creche para ela. Vamos tirar de onde não tem, porque não temos opção.”

Ela avalia que mães com salários mais baixos acabam desistindo de trabalhar, por impossibilidade de manter todos os gastos envolvidos nos cuidados de uma criança pequena, quando não encontra o serviço que deveria ser oferecido pelo poder público. "Como é que uma mãe que ganha um salário mínimo (R$ 545) vai gastar R$ 400 numa escola de meio período?"

No caso de Walkíria, o impacto na vida financeira do casal não para no pagamento da escola particular. Há outros gastos, como alimentação, transporte e fraldas, por exemplo. “Uma mãe que não tem condições de pagar pela creche e não consegue vaga na prefeitura, também não consegue trabalhar”, resume.

O plano da Prefeitura inclui ainda a construção de 66 pré-escolas para alunos até cinco anos de idade e 29 unidades de ensino fundamental.

Em paz
Deixar os filhos pequenos em casa ou em estabelecimento particular apenas por meio período é motivo de muita preocupação para mãe, completa Walkíria. Além do impacto financeiro, "é difícil trabalhar em paz". "Na creche da prefeitura, que é tempo integral, você sabe que as crianças serão alimentadas e você consegue desenvolver suas atividades diárias em paz."

Esse impacto é bem conhecido por quem trabalha na ONG Projeto de Incentivo à Vida (Pivi), na zona norte da capital paulista. Mães que conseguiram vagas para os filhos, por intermédio do Conselho Tutelar, puderam trabalhar e viver melhor, como conta Márcia Gabriel, assistente de direção da entidade.

A organização funcionava como abrigo de crianças abandonadas ou cuja guarda havia sido retirada dos pais. Por causa da alta demanda na região não atendida por instituições da prefeitura, passou a atender em sistema de creche. “O cuidado dado às crianças passa também por um trabalho junto às familia”, explica Márcia.

Ela relata a situação de uma das mães que, por falta de vagas em escolas públicas, levava os seis filhos pequenos para seu trabalho de catadora de recicláveis. “Ela quase perdeu a guarda das crianças”, lembra Márcia. Graças ao convênio com o Conselho Tutelar, as crianças foram recebidas no programa e a mãe, tranquila no trabalho, conseguiu nova colocação. Com um emprego melhor, foi questão de tempo até conquistar uma nova casa, deixando o barraco de madeira em que viviam para se instalar, com os filhos, em uma moradia de alvenaria.

Outro caso acompanhado por Márcia, foi o de uma avó que, para trabalhar, deixava quatro netos sozinhos em casa. O Conselho Tutelar interveio e, antes que elas fossem recolhidas a um abrigo, o Pivi cedeu vagas para as crianças. A avó pode trabalhar, o que lhe permitiu garantir condições para manter a guarda dos netos.

De acordo com Sérgio Antiqueira, coordenador de educação do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município (Sindsep), além da fila de espera por vagas, as crianças atendidas enfrentam acomodações superlotadas nas unidades públicas. "A superlotação foi feita aumentando de 18 para 25 a capacidade de atendimento de crianças que completarão 4 anos", acusa.

Segundo Antiqueira, em momentos como a hora do sono, as salas chegam a ficar tomadas de colchonetes pelo chão, sem espaços sequer para a circulação da professora, ou até para se abrir a porta. "É um risco inclusive para a saúde das crianças", alerta.

A vereadora Juliana Cardoso (PT-SP) acredita que a falta de vagas é símbolo de descaso do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, a caminho do PSD) com as mães que precisam trabalhar. “A prefeitura tem R$ 10,07 bilhões em contas e aplicações financeiras, mas não usa para as creches”, delata.

Cadastro
Em resposta à Rede Brasil Atual, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirma que as crianças são chamadas para atendimento de acordo com a ordem numérica de cadastro, observada a correta acomodação nos agrupamentos ou estágios. “Os responsáveis podem consultar a situação por meio do Portal da Educação ou por listagem afixada em qualquer escola do mesmo distrito/setor.”

A secretaria afirma ainda que quanto mais vagas o poder público oferece, mais a procura aumenta, e tem sua opinião sobre a alta da demanda: “possivelmente pelo conhecimento e avaliação positiva do serviço prestado”. Para minimizar o problema, a opção tem sido construir prédios próprios e firmar convênios com entidades não governamentais idôneas, principalmente nas áreas onde a procura é maior, segundo o órgão.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ARRAIÁ DO CEPODH

CONVIDAMOS TUDO OCÊIS PRO NOSSO ARRAIÁ AMANHÃ - DIA 16 DE JULHO.
VAI TÊ VINHO QUENTE, DOCES, SALGADOS, QUADRIA, BARRACA DO PEIXE E MUITA BRINCADEIRA SÔ!
O ARRAIÁ É NA RUA PRESIDENTE VARGAS, 199 A 201 - VILA CAIÚBA EM PERUS - ZONA NOROESTE DA CAPITÁ PALISTA!
COMEÇA ÀS 12H00 E TERMINA LÁ PRAS 18H00
ESPERO OCÊIS POR LÁ!

O LOCAL É BEM EM FRENTE A ETEC DE PERUS, ONDE TAMBÉM FICAM A AMA, A EE FLORESTAN FERNANDES E A NOSSA CEI/CRECHE GOM - GUIOMAR DE OLIVEIRA MORAES.

A ARRAIÁ É BENEFICENTE PARA AJUDAR AS 3 CRECHES DO CEPODH
CEI ANAÍDE BEIRIZ
CEI GABRIELA MISTRAL
CEI GUIOMAR DE OLIVEIRA DE MORAES

quinta-feira, 17 de março de 2011

Balanço do Plano de Metas do Goveno Kassab

O primeiro Programa de Metas da cidade de São Paulo completa dois anos no próximo dia 31 de março. Para marcar esta data, a Rede Nossa São Paulo convida a todos para um evento no dia 6 de abril, das 10h às 12h30, no Sesc Consolação, em que será feito um balanço das metas propostas pela Prefeitura de São Paulo.

Durante o evento, que contará com a participação de lideranças sociais e políticas e jornalistas, a Rede Nossa São Paulo vai apresentar uma análise técnica inédita do andamento das metas. As lideranças convidadas também farão um balanço dos dois anos de vigência dessa experiência pioneira que é um marco na história da democracia brasileira. Em seguida haverá um momento reservado às perguntas dos jornalistas presentes.

O Programa de Metas apresentado pela atual gestão foi batizado de Agenda 2012 e reúne 223 metas da administração municipal em todas as áreas de governo que devem ser cumpridas até 2012. Está dividido em cinco eixos principais (Cidade de Direitos, Cidade Sustentável, Cidade Criativa, Cidade de Oportunidades e Cidade Eficiente) e um eixo transversal (Cidade Inclusiva).

O programa de metas foi lançado pela Prefeitura em 31 de março de 2009 em cumprimento à Emenda 30 à Lei Orgânica do Município, que foi aprovada na Câmara Municipal graças à mobilização da Rede Nossa São Paulo.

Debatedores convidados:

- Rubens Chammas, secretário municipal de Planejamento;

- Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo;

- José Police Neto, presidente da Câmara Municipal de São Paulo; (CONFIRMADO)

- Padre Jaime Crowe, do colegiado de apoio da Rede Nossa São Paulo e da Sociedade Santos Mártires; (CONFIRMADO)

- Padre Ticão, do colegiado de apoio da Rede Nossa São Paulo, da paróquia São Francisco e do Movimento Nossa Zona Leste; (CONFIRMADO)

Por favor, confirme presença pelo e-mail Zuleica@isps.org.br

Contamos com a presença de vocês!

Abraços,

Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Vaga para Educador Social - SP.

Vaga para Educador Social

EMPRESA:
INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO NA ZONA NORTE " VILA GUILHERME " VOLTADO AO ATENDIMENTO DE CRIANÇAS DE 0 A 17 ANOS EM SITUAÇÃO DE RISCO

OFERECE:
1 VAGA PARA ADI / EDUCADOR(A) SOCIAL
HORÁRIO: ESCALA DE 12x36 (INCLUSIVE FINAIS DE SEMANA E FERIADOS)
REMUNERAÇÃO: R$ 691,17
CARTÃO ALIMENTAÇÃO: R$ 83,50
REFEIÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO
VALE TRANSPORTE

PEDE-SE:
IDADE MAIOR DE 25 ANOS
FORMAÇÃO MÍNIMA SEGUNDO GRAU COMPLETO
EXPERIÊNCIA NA FUNÇÃO COM CRIANÇAS MAIORES DE 08 ANOS
MORAR NA REGIÃO
INICIATIVA E LIDERANÇA
DISPONIBILIDADE DE INÍCIO IMEDIATO

CONTATO:
ENVIAR CURRICULO PARA:
contato@srcbrasil.org.br

Fonte: Movimento dos Educadores Sociais Urbanos ("MESU")
Enviado por: "Miriam Silveira Martins de Oliveira" miriamsmo@yahoo.com.br
Qua, 15 de Set de 2010 9:54 am

PLANO DE FORMAÇÃO DO RH DOS CEIS

PLANO DE FORMAÇÃO DOS CEIS DO INSTITUTO CEPODH

Está no plano de trabalho e no projeto pedagógico do CEI Anaíde Beiriz que os encontros de formação permanente serão realizados uma vez por mês através de estudos, palestras, cursos e debates com duração de 02h30min.
O Plano de formação prever a sintonia e o diálogo entre a prática cotidiana vivenciada pelas crianças e o planejamento da educadora. O Plano terá como pressuposto a política pedagógica do CEI.
A educadora será estimulada a refletir permanentemente sobre as ações e pensamentos das crianças, realizando assim uma análise teório-reflexiva de suas observações. Para que o Plano se efetive nesta perspectiva é necessária uma sistematização através dos registros significativos, ou seja, dos fazeres vividos pelas crianças que tenha por objetivo historicizar os caminhos que cada criança vem percorrendo em busca de conhecimento do mundo e suas formas de expressão, que oportunize também, o envolvimento das famílias, possibilitando que estes registros sejam mais um elo de comunicação entre educadores e os responsáveis pela criança, criando oportunidade de troca entre adultos que trabalham com ela, seus familiares e a comunidade local.
Dentro do plano levamos em consideração as seguintes etapas que estão intercaladas mutuamente:
1º) Diagnóstico – As crianças na sua maioria moram no Jardim Rodrigo, Jardim Rincão, Taipas e Adjacências, são filhos de pais de baixa renda, muitos deles semi-analfabetos, subempregados e moram em área desprovida de qualquer ação governamental. Vivem em situação social de risco, em família desestruturada, pais alcoólatras ou envolvidos em problemas com a justiça, sem falar das inúmeras mães adolescentes, muitas famílias são constituídas apenas pela figura da mãe.
2º) Ação - Enfocamos o planejamento, o plano de ação e a construção do projeto político pedagógico para o resgate da dignidade, cidadania, melhoria da auto – estima, trabalho em equipe e a convivência em comunidade para revertermos a vida sócio-econômica e cultural de nossas crianças.
3º) Avaliação – É feita através da observação e do registro, pois os mesmo se constituem nos principais instrumentos de que a educadora dispõe para apoiar sua prática pedagógica. Por meio desses dois instrumentais, contextualmente, a educadora participa do processo de aprendizagem das crianças; a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários e com a educadora é acompanhado de informações sobre as experiências das crianças na Instituição. Portanto, a avaliação institucional e do trabalho prestado pela Unidade Educacional se dá de forma sistêmica e contínua, com momentos de discussão na própria formação continuada das equipes técnica e de apoio do CEI, do Conselho Gestor e com a Direção da Entidade Social Mantenedora.
São Paulo, 14 Março de 2008.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Educação Cidadã - IPF

http://www.paulofreire.org/Publicacoes/PublicacoesColecoes

SÍNTESE DO LIVRO APRENDER BRINCANDO

O livro de Denise Chapman Weston e Mark S. Weston é composto de duas grandes partes: A primeira parte – aborda os fundamentos do desenvolvimento do caráter com os seguintes capítulos: 1 – Conhecimento; 2 – Equilíbrio e estabilidade; 3 – Amor e aceitação incondicionais; 4 – Inspiração e definição de papéis; 5 - Relações com a família e com a comunidade. A segunda parte – aprofunda as capacidades do caráter com os seguintes capítulos: 6 – Potencial pessoal; 7 – Harmonia social (i.e.,capacidades pessoais); 8 – Autoconsciência; 9 – Felicidade; 10 – Sensibilidade; 11 – Engenhosidade e resolução de problemas; 12 – Humanidade.

Os autores (2000; p.10) dizem que “como tantas outras coisas em nossas vidas, a inspiração para Aprender brincando teve origem em um encontro acontecido em um desses Workshops com a mãe de um menino chamado Will de oito anos, que estava com seu caráter desequilibrado, ou seja, suas partes não estavam integradas. Apesar de a mãe de Will sentir que não havia esperança, nós a ajudamos a ver que, a despeito do seu comportamento. Will não era um menino mau. Ele queria ser amado e gostava muito dela. Will tinha bastante força de vontade, independência, perseverança e coragem. Também era um sofisticado solucionador de problemas, como demonstrava sua habilidade em manipular. O que evidentemente estava ausente eram características importantes, como empatia, responsabilidade, autoconsciência e autodisciplina, fundamento da inteligência emocional. A mãe de Will nos pediu ajuda para ajudá-lo, ela tornou-se pró-ativa, em vez de reativa”. Segundo os autores (2000; P.10) “o objetivo do livro é criar filhos emocionalmente e intelectualmente capazes e confiantes”.

Weston e Denise e Mark (2000; p. 11) falam que “as queixas mais comuns que ouvimos de pais que vão aos nossos seminários, nos telefonam ou vêm ao nosso consultório são de que seus filhos”: Não ouvem os pais; adiam as lições de casa; agem sem pensar; batem nos irmãos menores; desistem fácil; ignoram regras; não arrumam o quarto; não falam com os pais. Colocam ainda (2000; idem) “que quando chegam ao final da lista de queixas, pedimos a eles que pensem sobre os objetivos que têm para seus filhos. Não surpreende que essa questão provoque um branco, pois é esquecida entre as pressões do trabalho, do casamento, dos crediários, da disciplina e da lição de casa.

Depois de algum tempo, lembram-se, e o que dizem é mais ou menos isto: meu objetivo é criar meu filho para que ele”: Seja justo, honesto e bom; respeite a lei e a autoridade; tenha uma mente independente; seja bem-sucedido; viva moralmente e tenha princípios; seja confiável e respeitoso; seja capaz de amar e de ser generoso; seja disciplinado e responsável; seja apto para aprender e motivado; cuide de seu corpo; resolva problemas grandes e pequenos; desfrute a vida e seja feliz; comunique –se de forma aberta e respeitosa; seja uma boa pessoa.

Os autores (2000; p. 12) apontam que “temos o compromisso de colocar nossas prioridades de longo prazo em primeiro lugar, ensinando e ajudando nossos filhos a desenvolverem traços de caráter, para isso é necessário que procuremos modos de reaver o controle sobre nosso tempo e nossos objetivos parentais usando soluções criativas”.

O caráter segundo os autores (2000; p.12) “é descrito como o conhecimento interior, os sentimentos e os valores que nos orientam na vida, guiando nossas ações em direção a objetivos. O caráter não é um jeito de “ser”; tem a ver com “ser capaz”; em outras palavras, é baseado sobre a habilidade do indivíduo para ir além do temperamento, construindo um repertório balanceado de habilidades, hábitos, traços, capacidades e conhecimento integrados, que só pode ser desenvolvido numa vida de experiências e aprendizado”.

Denise e Mark Weston (2000; p. 13) argumentam que “um ambiente de construção de caráter deve incluir os seguintes cinco fundamentos e deve ser proporcionado às crianças desde o começo”: Conhecimento e compreensão; estabilidade e equilíbrio; amor e aceitação incondicionais; inspiração e definição de papéis; família e ligações com a comunidade.

Entretanto, segundo os autores (2000; p.13) “as crianças não são responsáveis pelo estabelecimento desses fundamentos; nós somos. Nós pais, assistentes e educadores somos os mentores de nossas crianças. Sem esses fundamentos, as crianças não têm nada sobre o que possa construir seu caráter”.

Os autores abordam (2000; p. 14) que “há muitas capacidades e habilidades que são necessárias para navegar entre os desafios da vida; selecionamos as mais

importantes e as agrupamos de modo a tornar administrável uma tarefa

desanimadora. Usamos a palavra capacidade de propósito, em lugar de traços ou características, para ressaltar o fato de que o caráter aprende-se e cresce”.

As capacidades essenciais do caráter são as seguintes”: O potencial de cada um: capacidade de ter autoconhecimento, auto-estima e motivação interior para perseverar; autoconsciência: capacidade de lidar com emoções, de adquirir compreensão e expressão pessoal, de desenvolver a intuição; harmonia social: habilidade em comunicação, competência social e capacidade de trabalhar em equipe; sensibilidade: ser moral, ter capacidade de tomar decisões conscientemente e de pensar de forma independente; usufruto da vida: ter alegria, capacidade de lidar com o estresse e de encontrar paz interior; engenhosidade: ter capacidade para administrar crises e resolver conflitos; humanidade: ser capaz de ter empatia, respeito, estima.

Segundo os autores (2000; p. 15) a abordagem da construção do caráter e da inteligência emocional exige tempo, “cuidar da inteligência emocional da criança não é diferente de cuidar do corpo dela. Um tempo extra gasto para ensinar capacidades importantes de caráter economiza um tempo precioso e previne problemas sérios mais tarde”.

Sabemos que o aprendizado é um processo de construção, ele acontece nas experiências do dia-a-dia, nos momentos de descoberta, nos eventos e exercícios, planejados ou não, nas aventuras estimulantes e prazerosas de nossa existência. Os autores (2000; idem) nesse sentido recomendam que “o método para ensinar as crianças para o processo de aprendizado é o uso do jogo, método de aprendizado favorito das crianças. O jogo é meio eficiente de ensinar uma criança. Com jogos, você pode ensinar conceitos complicados, princípios filosóficos e emoções que são difíceis de descrever em palavras”.

Segundo os autores (2000; p. 16) “Diferente de outros métodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criança na lição ao envolver todos os sentidos. Ela não apenas ouve ou vê a lição, ela a faz (...)”. “O jogo é domínio da criança. Para ela, é o método natural de compreender o mundo”. “(...) é preciso injetar experiências de jogo significativas na vida de nossas crianças. Além de ensinar, o jogo reduz o estresse e abre a mente para a criatividade. Tudo isso faz do jogo uma escolha sábia para educar as crianças a respeito do caráter”.

Os autores (2000; p. 18) do Aprender brincando “o escreveram para ser um livro de referência. O material está organizado em grupos de fundamentos intimamente relacionados ao desenvolvimento do caráter e das capacidades que têm aplicação prática”.

Cada capítulo começa com uma introdução objetiva a respeito do que é importante saber sobre a capacidade de caráter discutida. Denise e Mark Weston (2000; p. 19) “elaboraram uma abrangente, mas compreensível tabela de desenvolvimento (apenas para os capítulos seis a doze), que ajuda a manter as expectativas de acordo com a idade e as características da criança”.

Os autores (2000; idem) explicam “o capítulo então continua, e a parte de que você (e com certeza a criança) vai gostar mais vem a seguir: as atividades de construção do caráter. Cada capítulo oferece entre 15 e 40 atividades que irão ampliar a fundamentação e/ou o desenvolvimento do caráter. Descrevemos a atividade, esclarecemos seu objetivo e identificamos a idade apropriada para cada uma. Além disso, há, permeando o livro, pequenas e iluminadas histórias sobre jovens heróis e heroínas que, com suas ações e seus feitos, mostram capacidades de caráter bastante desenvolvidas para uma idade impressionantemente tenra. Use essas histórias para manter o seu otimismo a respeito do potencial infantil e, por favor, consiga tempo para lê-las às crianças, de modo a inspirá-las também. No final do livro, fornecemos, para a sua orientação, um modelo de “Formulação de solução de problemas” e uma listagem com “mais de 450 capacidades, talentos e habilidades das crianças”.

Sabemos que o conhecimento é primordial para as conquistas e descobertas de novas possibilidades no decorrer de nossas vidas. É por isso, que os autores (2000; p. 23) revelam que “o conhecimento é como óculos para a mente: esclarece experiências pessoais, aguça a interpretação e ajuda a concentrar-se no mundo em redor”. Dizem ainda que “o conhecimento do seu filho floresce quando você estabelece um ambiente de aprendizado aberto e crítico em sua casa. Neste contexto, a criança sente-se bem em relação ao aprendizado. Lembre-se que o processo de aprendizagem dura 24 horas por dia, sete dias por semana, durante a vida do seu filho. Não é limitado a lições programadas ou ao horário da escola”.

O processo de aprendizagem é dinâmico e contínuo, flexível e disciplinado, com estágios determinados pela idade e pelo tipo de informação, ou seja, segundo os autores (2000; p. 24) “o conhecimento é forjado pela instrução e pela observação e afiado pela experiência (...)”. “O aprendizado é dependente do desenvolvimento, particularmente nos primeiros anos, quando a criança pula de um novo e excitante estágio cognitivo para outro (...)”. Portanto, para os autores (2000; p. 25) “com conhecimento a criança ganha confiança e auto-estima, o que a incentiva a aprender mais; o conhecimento é automultiplicativo, pois traz consigo a consciência de quanto mais há para se aprender e a valorização do tanto que os adultos sabem”.

Weston (2000; p. 26 e 27) orientam como desenvolver o conhecimento para construir o caráter da criança. “Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você criar um clima de abertura e animação, você ensinará a criança a amar o processo de dominar o conhecimento sobre coisa novas (...)”. É preciso ainda que se “Leve em conta o ambiente da criança em casa e na escola, assim como seu estilo de aprendizado, sua idade e seu grau de desenvolvimento”.

Os autores (2000; p. 27 à p. 40) elencam várias atividades para desenvolver o conhecimento: “O livro familiar do conhecimento – Um livro para registrar as informações aprendidas; A enciclopédia da família – Um livro de projetos de aprendizado; Livros das coisas que eu sei – Registro anual das conquistas físicas e intelectuais do seu filho; A biblioteca da família – Uma coleção dos livros favoritos de sua família; Apreço e amor pela biblioteca – Incentiva o apreço pela biblioteca da comunidade; Autor, autor...Obrigado por seu livro – Escreva ao autor do livro favorito de seu filho; Fico imaginando – Teste o conhecimento de seu filho e acenda sua curiosidade em relação a tudo aquilo que sempre intrigou você; A busca da sabedoria – Passar um dia pesquisando um tópico; Dicionário do jantar – Para construir o vocabulário durante o jantar; Manchetes de geladeira – Exibição de novos aprendizados na sua geladeira; Guerreiros da Sabedoria – Mostre sua estima por aqueles que inspiram seus filhos

Show da família – Um evento regular em que membros da família mostram o que

aprenderam; O especialista / Nomeie cada membro da família um especialista em

alguma coisa; Centro de lições de casa – Um lugar especial para seu filho fazer as lições de casa; Para gostar de aprender – Jogos educativos divertidos; Museus mágicos – Explore museus de arte pensando em diversão e aprendizado; Um museu no meu quarto – Um museu particular; Cantinho do saber – Um lugar especial para se conversar; Conexão pai-professor – Um centro de pesquisa para pais e professores; Fique nos fatos – Diga apenas o que sabe e mostre como chegar aos fatos; Coisas que você tem de saber – Escreva instruções importantes; Universidade da criança – Prepare seu filho para novas experiências; Prece diária – É o que parece”.

Para o desenvolvimento do nosso caráter, necessitamos buscar o equilíbrio e a estabilidade, senão nos perdemos emocional, espiritual, fisicamente e intelectualmente. Segundo os autores (2000; p. 41) “o equilíbrio permite ao indivíduo superar os revezes, mover-se em novas direções e redirecionar suas energias”. Sabemos que “para uma criança, o equilíbrio é uma mistura proporcional de liberdade e de estrutura. A proporção muda à medida que a criança amadurece, mas a necessidade de manter a proporção entre esses dois fatores permanece (...)”.

Para os autores (2000; p. 42) “a família também precisa de equilíbrio. Isso significa que haverá ocasiões em que as necessidades de um membro superarão as de outro, e vice-versa (...)”. Nesse rumo “a criança aprende a ser paciente quando suas necessidades são equilibradas pelas dos outros”.

Portanto, com estabilidade e equilíbrio os autores defendem (2000; p. 43) que “a criança pensa quando está diante de problemas e toma decisões mais acertadas. Permanece fiel a si mesma quando sua integridade e seu caráter são desafiados”. Para aumentar a estabilidade e o equilíbrio para construir o caráter da criança os autores (2000; p. 44) sugestionam: “equilibre o estilo de vida da família com mistura certa de trabalho e diversão, carreira e família, dor e alegria, solidão e reunião, punição e recompensa. Tornamo-nos inteiros quando vemos os dois extremos do espectro”.

Em seguida os autores descrevem atividades que equilibram e estabilizam (2000;

p. 45 à p. 52): Balanço da vida – Medidas das coisas chatas da vida em contraste

com as boas; Panelas no fogo – Um exemplo para a vida; Gira gira. – Demonstra o efeito estonteante do excesso de atividade; Pai ou mãe por um dia – Demonstra

Troque de papel com seu filho; Planejar os eventos diários com seu filho; A dança das horas – Uma linha do tempo mostrando os compromissos do seu filho; O livro dos compromissos – Um plano do dia de seu filho; O grande calendário da família – Um calendário para toda a família; O cobertor de segurança – Um lugar seguro para aninhar-se; O sistema de segurança do lar – Um sistema de segurança de brinquedo para espantar os medos da criança; Kit estabilizador de emergência – Um kit para guardar respostas de emergência”.

Outra questão importante no desenvolvimento para a construção do caráter, da consciência e inteligência emocional das crianças é o amor e aceitação incondicionais. Os autores (2000; p. 53) revelam que “a aceitação e o amor altruístas transmitem uma mensagem indiscutível de valor. As crianças que crescem com isso amam a si mesmas de forma saudável”. Por outro lado alertam, “não confunda aceitação incondicional com paternidade/maternidade permissiva. Você deve aceitar seu filho, não o comportamento dele incondicionalmente”. Weston (2000; p. 54) afirmam que “com amor e aceitação as crianças compreendem que seu comportamento traz conseqüências justas, isso as mantém motivadas a darem o melhor de si e a assumirem a responsabilidade por suas ações”.

Os autores (2000; p. 56 à p. 67) desenvolvem atividades que fazem crescer o amor, a confiança e outras que ajudam em relação à separação: O coelho que corre, de Margaret Wise Brown – Recrie esta história de amor incondicional; Medalha de ouro do amor – Reconhecimento do comportamento altruísta; Os beijinhos da família – Sinais de afeto personalizados; Obrigado, eu precisava disso – Reconhecer o afeto; Toalha eu te amo – Um tributo da família; Por que eu te amo –Os membros da família dizem por que amam uns aos outros; Quentinho e felpudo – Uma receita de amor e conforto; Poemas e canções eu te amo – Expresse seu amor em rimas; Pingue-pongue eu te amo – Um jeito leve, quase bobo, de expressar seu amor; Eu te amo em línguas diversas – Novas maneiras de dizer eu te amo; Ano dos namorados – Mande cartões do dia dos namorados a seu filho durante o ano inteiro; Cinqüenta modos de mar – Pense em modos diferentes para expressar seu amor; Um jeito de amar Escolha de uma

resposta de amor a uma situação teórica; O pôster familiar da declaração de amor

incondicional – Uma afirmação de amor incondicional; Cartas de amor – expresse

seu amor por meio da escrita; Caixa de lembrança – Um lugar para guardar presentes de seu filho; Macarrão das promessas douradas – Um lembrete simbólico se seu compromisso com seu filho; Histórias de amor – Conte a seu filho a evolução de seu relacionamento com seu/sua esposo/a; O dia em que você nasceu – Conte a seu filho a história do nascimento dele; Fotos assim mesmo –

Mantenha sua câmara pronta para fotos espontâneas; Confiança cega – Os jogadores, cada um em sua vez, vestem uma venda e são conduzidos pelos outros; Andar confiando – Atividade igual à anterior, apenas sem contato físico; Cama elástica – Os participantes atiram-se de costas nos braços dos outros; Amor de bichinho – Um companheiro de pelúcia; “É a mamãe – é o papai!” – Ponha-se nos livros de histórias de seu filho; Enquadrando seu amor – Seu filho faz uma moldura para você”.

Weston (2000; cap. 4 e cap.5) aprofundam a temática sobre inspiração e definição de papéis, assim como as relações com a família e com a comunidade. “Podemos não ter consciência, mas inspiramos e definimos papéis para nossos filhos a todo momento(...)”. Dizem que “a definição de papéis serve como uma orientação operacional, um exemplo de como agir e de como tratar os outros. A criança aprende mais por meio do exemplo do que da palavra (...)”. Na verdade segundo os autores (2000; p. 69) “com inspiração e definição de papéis a criança, quando em situações que envolvam a moralidade, terá a impressão de já ter estado ali; saberá o que fazer”. Sobre a família e a comunidade os autores (2000; p. 80) dão a seguinte orientação: “ainda que você viva longe dos parentes, tenha em mente que as relações da família extensa forjam uma relação especial entre a criança e sua herança. É importante dar à criança a noção do seu lugar nessa vasta unidade familiar. Isso a ajudará a entender o que veio antes dela e o que se seguirá. É igualmente importante ajudar seu filho a entender seu lugar na comunidade (...). Lembre-se de que a família está no centro, é a fonte do conhecimento da criança sobre relacionamentos, comunicação, amizade e amor.

A criança que interioriza esses valores usa-os para melhorar sua comunidade e, em última instância, o mundo”. Nesses capítulos os autores (2000; p.71)

desenvolvem variadas atividades: Livro familiar da inspiração – Um registro das ações inspiradoras da sua família; Copie-me – Uma lição sobre o poder de persuasão; Tomara que pegue! – Reconhecer boas ações; Pôster do herói – Um pôster feito em casa mostrando heróis pessoais; Meu herói – Conte a seus heróis por que os admira; Histórias do arco-da-velha; Um dia da vida – Passe um tempo no trabalho; Pensamento do dia – Mande seu filho para a escola, para um acampamento ou para a creche com uma nota de inspiração; O grande prêmio LEGAL – Um prêmio pela capacidade de liderança; Inspiração – Incentive seus filhos a lutarem por uma causa em que acreditam; Grandes gangues – Incentive seu filho a envolve-se com um grupo de pessoas mentalmente semelhantes; O espelho que inspira – Procure, como família, os necessitados; Galeria da fama – Crie em sua casa uma área para exibir fotografias de membros da família inspiradores; Professor criança – Faça as crianças serem professores estabelecendo um programa especial na escola de seu filho; Grupos de apoio – Procure um apoio formal quando necessário; Conselho familiar – Um encontro regular da família; Os dez mandamentos da família – Regras para a vida da família; O álbum familiar da criança – Um álbum com histórias reais e imaginárias; Sonhos e desejos da família – Crie uma colagem sobre os sonhos e desejos da família; Tradições familiares – Dê início a uma tradição familiar; Hora do jantar – Jantar junto; Ãnimo familiar – Espalhe o ânimo entre os que precisem; Dia do irmão – Um dia para celebrar o irmão; A bandeira da irmandade – Uma bandeira que simbolize a relação entre seus filhos; Tabela da tarefas da família – Uma tabela listando as responsabilidades da cada membro da família com o cuidado da casa; Emblema da família – Um emblema original para representar sua família; Rituais de família – Estabeleça um ritual familiar; Reunião familiar – Promova uma reunião familiar; Caça ao tesouro em família – Um jogo para descobrir e revelar fatos sobre a família; Histórias e folclore da família – Investigue a história de sua família; Mapa da família – Mapeie seus parentes; O cumprimento da família – Crie um cumprimento secreto, que só a família conhece; Figuras que falam – Uma olhada em velhas fotos de família; Sistema familiar de cartões – Um plano prefeito

para que os cartões sejam enviados na ocasião certa; De família para família – Ajude uma família necessitada; Fichário da família – Cartões para avaliar a

atuação da sua família; Jardins da família – Jardinagem em família; Anéis de família – Forjar a identidade da família; A colcha da família – Faça uma colcha de retalhos com roupas da família; Fotocolagem – Faça uma colagem de fotos de membros da família; Calendário da família – Faça um calendário com12 fotos que representem sua família; Diário do divórcio – Um diário para ajudar a trabalhar com sentimentos e situações advindas do divórcio; Trabalhos da comunidade – Visite lugares em sua comunidade; Caça ao tesouro da comunidade – Use um mapas para descobrir lugares interessantes em sua comunidade; Interesses familiares em comum – Procure outras famílias com interesses similares aos da sua; Os Cuidados da Cacilda – Cuide do bem-estar se seus vizinhos; Voluntários da comunidade – Tornem-se cidadãos engajados”.

Os autores (2000; cap. 6, cap. 7 e cap. 8) abordam sobre “o potencial pessoal: auto-estima, coragem e confiança, perseverança e otimismo; harmonia social: comunicação, competência social, cooperação e trabalho em equipe; auto-consciência: compreensão pessoal, administração dos sentimentos e intuição”. Podemos dizer que os passos que damos em direção ao conhecimento de nós mesmos, do mundo, do ser humano e de todas as coisas sustentam-se em nossas capacidades subjetivas que se originam dos condicionantes sócio-culturais e históricos. Portanto, somos aquilo que pensamos de nós mesmos, a imagem que fazemos de nós influencia nossas concepções da realidade, do saber e da vida. É por isso que os autores (2000; p. 105) falam que “a criança com uma auto-estima saudável valorizará sua vida, seus objetivos e seu corpo independentemente da aprovação do círculo social ou da influência da mídia”. Sabemos que as ferramentas para a competência social são segundo os autores (2000; p. 137): “a capacidade de expressar os próprios pensamentos e sentimentos; a capacidade de ouvir e entender os outros; a capacidade de compreender e interpretar as regras das relações sociais e a capacidade de cooperar e trabalhar como membro de uma equipe”. Partindo desses pressupostos Denise e Mark Weston (2000; p. 172) afirmam que “com apenas dois anos, a criança já começou a desenvolver a autoconsciência, a compreensão e o conhecimento a respeito de si mesma e do mundo a sua volta. E, mais impressionante, ela usa essa informação para regular sue comportamento”.

Por fim, os autores continuam enfocando os traços/marcas do caráter: “felicidade, sensibilidade, engenhosidade e resolução de problemas, humanidade”. Hoje sabemos que para alcançarmos uma felicidade constante e verdadeira são necessários alguns ingredientes como alegria, humor, brincar com liberdade e saber lidar com o estresse. Ao mesmo tempo é fundamental agir de maneira boa e justa, ou seja, crescer com consciência moral, pensamento independente, responsabilidade e autodisciplina, criatividade, autopreservação e administração de crises e conflitos. Os autores (2000; p. 199) dizem que “é comum vermos pessoas que se esquecem de alegra-se com as coisas mais óbvias, por estarem vivas, pelo sol brilhar, ou de apreciar coisas tão comuns como o canto de um pássaro, Manter-se ligado a esses prazeres simples enriquece a vida diária. O humor e a brincadeira nos ajudam a encontrar alegria mesmo nas fases ruins da vida”. Quando os autores (2000; p. 220) falam da sensibilidade, significa dizer que “as decisões que as crianças tomam devem ter sentido para elas. Não senso comum, mas senso moral, que advém de valores e crenças e demonstradas por todo o ambiente em que a crianças vive, incluindo pais, família, parentes, responsáveis, organizações religiosas e professores. Com outras palavras sensibilidade: ser forte, ser justo, ser tolerante, enfrentar o problema com independência”. Sendo assim os autores (2000; p. 256) apontam a estratégia simples de resolução de problemas usada pela criança de seis meses não é diferente da usada por uma criança de dez anos ou, no caso, da pessoa de trinta. A fórmula básica é a mesma, como segue: “identificar o problema e um objetivo; revisar o que já se sabe sobre a situação ou sobre situações similares; acionar as habilidades e recursos que ajudarão a enfrentar o problema e a alcançar o objetivo; decidir um curso de ação e iniciá-lo; rever os próprios esforços e soluções”. Acredito que para crescermos como pessoa como gente, a empatia, o apreço, o respeito e a tolerância com a diversidade são pilares para sermos cidadãos do mundo, em diálogo permanente com as culturas e pluralidades ideológicas e metodológicas sobre o saber e o processo de aprendizado.

Todavia, para tornar-se uma pessoa com capacidades associadas à humanidade,

os autores (2000; p. 299) ensinam que “cada criança precisa aprender a ter empatia com outras pessoas, respeitar suas necessidades e sentimentos e saber

quando estes são mais importantes que os seus próprios. Essas capacidades se misturam e se complementam. As sementes destas capacidades são plantadas pelos pais e professores da criança por meio de suas ações e de sua atitude”. Quando educamos para a democracia, para os direitos humanos e conservação do meio ambiente, para o diálogo e participação, para a política e sociabilidade, vamos percebendo e aprendendo segundo os autores (2000; p. 302) que “o respeito verdadeiro é multifacetado, pois, inclui o respeito pela vida, pela propriedade, pelos adultos, pelas crianças, por nosso planeta e pelos direitos alheios”.

Por Cristiane Navarro Castelhano.

Bibliografia

WESTON, Denise Chapman. Aprender Brincando: Atividades divertidas para construir o caráter, a consciência e a inteligência emocional das crianças. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 2004.